segunda-feira, 29 de março de 2010

Coluna do Léo




A Nova Empregabilidade -
Como (passar) a levar sua carreira a sério!
(Parte 5)

Léo Salgado

Parece até brincadeira quando se fala da importância de levar a carreira a sério. Ora, todo e qualquer profissional leva sua carreira a sério, até por uma questão de sobrevivência.
Realmente seria ótimo se fosse verdade. O que ocorre realmente, em inúmeros casos, é que por uma razão ou outra as pessoas acabam deixando as coisas ficarem frouxas, vivendo o dia a dia, a mesmice do habitual e acabam deixando a carreira ao acaso.
A pessoa estuda, se forma e inicia a sua vida profissional, cheia de planos, sonhos e projetos, mas se distrai e se acomoda, esquecendo-se de seus sonhos passando a levar a vida ao sabor das ondas do momento.
Certo dia, ao despertar para uma nova realidade, geralmente um despertar traumático, causado por uma “disponibilidade forçada”, descobre que não levou a carreira a sério e que a conseqüência principal disso é uma incrível dificuldade de reajustar-se no mercado de trabalho, principalmente agora na realidade da Nova Empresa.
Geralmente as pessoas acabam deixando de pensar e preocupar-se com sua carreira, por algumas razões bastante simples e pontuais, que seriam:
* Distração
* Deixar para amanhã
* Inconseqüência
* Medo
A única forma de evitar uma destas 3 causas mais freqüentes e de tantas outras mais particulares, é conscientizar-se de que existem estes riscos e trabalhar sempre o seu estado de espírito para evitá-las, ao mesmo tempo em que leva adiante um plano formal de desenvolvimento de carreira (com modelo em anexo).
Lembre-se ainda que não exista a menor duvida de que na sua carreira, se você deixar as coisas ao acaso, o sucesso só virá se você for favorecido por um lance de sorte.
Vamos aproveitar e falar um pouco sobre cada um destes fatores que acabam atrapalhando carreiras que poderiam ter sido brilhantes:

Distração

Geralmente apesar da pouca idade do profissional, da boa formação profissional e de um inicio de carreira motivado e ambicioso, o profissional consegue um bom emprego, com um bom salário, plano de benefícios, vale refeição de bom valor e principalmente um excelente ambiente de trabalho.
É claro que como recém formado seria impossível uma posição gerencial, então lhe oferecem um função de assistente, mas com excelentes perspectivas de crescimento.
Logo aquele profissional se sente perfeitamente adaptado ao trabalho, as pessoas que compõe a empresa e a uma nova vida que não estava acostumado a ter nos tempos de estudante e estagiário.
As conquistas do dia a dia vinham acontecendo, aumentos esporádicos de salário davam um gás especial e finalmente apareceu à pessoa que ele esperava, do conhecer, ficar e casar foi um passo, afinal ela também trabalhava, tinha um razoável salário e uma cabeça fantástica.
Do casamento, ao primeiro filho e a decisão de comprar um apartamento não decorreu tempo algum, logo a preocupação com a estabilidade, com a garantia da remuneração certa para pagar a prestação do imóvel e a garantia do plano de saúde da mulher e principalmente do primeiro filho, foram fatores cruciais que lhe fizeram engolir os primeiros sapos. A promoção de outro para ser o gerente da área, quando finalmente “aquele” outro se aposentou, foi digerida com um pouco de dificuldade, mas enfim, são coisas da vida...
O tempo foi passando, outras dificuldades foram ocorrendo, até que, surge o momento trágico, a empresa resolve passar por um processo de reengenharia e decidiu cortar algumas posições.
Mas afinal é uma excelente empresa e está oferecendo um excelente pacote de desligamento, inclusive com o pagamento de um outplacement.
Maravilha, aquele profissional vê ali uma chance de conseguir um bom dinheiro e uma nova colocação no mercado, pois sabe que é um excelente profissional e com certeza conseguirá algo bem melhor e numa empresa que vai valorizá-lo muito mais que a atual.
Tudo acertado vem à grande decepção. O dinheiro está indo embora e nada de recolocação, pois na verdade ele é um bom profissional, mas um péssimo produto a ser vendido, com mais de 40 anos de idade, que se distraiu e nada fez por sua carreira, não tendo assim nada a oferecer!
Agora então é ainda mais difícil, pois as empresas falam em características, conhecimentos, experiências e habilidades que ele nunca ouviu falar!
História inverossímil? Muito pelo contrário! É um retrato bastante real do nosso mercado. A cada dia nos últimos 18 anos esbarrei em vários casos idênticos a este, em que só se trocam os nomes dos atores principais e das empresas (muitas em mais de uma peça).
A culpa é sempre do ator principal. Que nunca exercitou sua ambição de crescer, nunca foi fundo na ambição de crescer, que nunca planejou a sua carreira nem perseguiu os resultados.
Com absoluta certeza o que leva estes profissionais a não cuidar de suas carreiras é a distração. As pessoas se distraem com o trabalho que têm, com a vida que se apresenta, com as atividades do dia a dia e se esquecem de olhar para o lado, para frente e para trás. Quando acordam, descobrem desesperadas que o tempo se foi, ou como disse o nosso poeta “o tempo passou na janela e só Carolina não viu“...

Acredito que as causas mais comuns da distração, são:

* Trabalho envolvente e gratificante
* Trabalho agradável
* Ambiente de trabalho agradável e interessante
* Vida gratificante fora do trabalho
* Forte concentração em um aspecto da vida ou do trabalho
* Acomodação financeira

Deixar para Amanhã

Quando eu tracei o exemplo do profissional que se esquece de tratar da carreira, você se lembra que teve um momento que ele conheceu alguém, ficou e casou, num instante ficou “grávido” e resolveu dar segurança para sua família e “comprou” um apartamento, que seria dele dentro de uns poucos 10 anos, no máximo.
A partir deste momento aquele profissional engoliu alguns sapos, mas só por um tempinho, porque assim que liquidar as prestações do apartamento, de fazer o tratamento dentário do filho, ele vai resolver tudo e cuidar de sua vida profissional.
Mas na verdade ele também acha que antes é melhor ele conseguir um pouco mais de experiência e passar a dominar aquele novo software que todo mundo ta usando.
Esse tipo de atitude é uma constante no mundo corporativo e muitas vezes é até bastante verdadeiro e sensato, mas geralmente não deixa de ser uma grande desculpa, adiando e deixando para amanhã a responsabilidade de tomar uma decisão.
Combater este tipo de atitude é muito mais difícil do que combater a distração, pois o “deixar para amanhã” sempre se baseia em uma premissa ou argumento sensato e verdadeiro, mas que esconde uma simples desculpa para não fazer.
Assim o ideal é não esperar para fazer o que deve ser feito. Se você projetou e planejou uma carreira ideal, procure alcançar o resultado da mesma forma que o faz na empresa onde trabalha, para cumprir um plano de metas, o orçamento aprovado ou o planejamento fechado com a Matriz.
Seja também um profissional ao gerenciar sua carreira e pare de se enganar.
Outra desculpa muito natural é a de que “preciso me preparar melhor”... Isto não passa de outra desculpa, até porque muitas vezes você se prepara tanto que perde seu lugar no vôo do sucesso.
O deixar para amanhã, geralmente ocorre em razão de alguns “motivos” que se tornam repetitivos ao longo do tempo, dos quais podemos citar os seguintes:

* Medo de decidir.
* Insegurança sobre a capacidade de encarar o desafio.
* Medo de dizer não.
* Perfeccionismo.
* Necessidade de ordenar a própria vida.
* Planejar sempre o ano que vem.

Inconseqüência

Existe um grande grupo de profissionais que podemos chamar de crianças. São aqueles que tal quais as crianças fantasiam e viajam na imaginação, definindo o que vão ser quando crescer.
Tanto quanto as crianças que sonham em ser o Presidente da Republica, um jogador de futebol tão bom quanto o Ronaldinho, aqueles profissionais imaginam que logo galgarão posições importantes nas empresas onde acabaram de ingressar, pois afinal de contas ele muito bom, é fera, constantemente elogiado pela gerencia, pelos Diretores e até pelo Presidente.
A certeza de que ele supera as expectativas é tão grande, que ele sabe que subir na hierarquia é apenas uma questão de tempo, afinal ninguém consegue superar as metas traçadas como ele, ou alcançar os resultados que a Matriz exige ou ainda, terminar um relatório cabeludo em tão pouco tempo quanto ele.
Mas o tempo vai passando, novas pessoas vão ingressando na organização, os sistemas vão sendo substituídos, os requisitos do mercado vão mudando, mas ele permanece lá, imbatível, imutável e absolutamente surdo a todos os avisos de mudança.
Quando este tipo de profissional acorda, descobre que sua inconseqüência levou-o a morte prematura, que poderia ter sido facilmente evitada, bastando que ele conseguisse ver a necessidade de se adequar a este Novo Mundo que estava surgindo.

A inconseqüência também tem alguns motivos que podem ser identificados, de forma a serem evitados, dos quais posso destacar:

* Excesso de auto valorização.
* Ingenuidade e/ou ignorância.
* Concentração na satisfação e prazer imediatos.
* Concentração na ação.

Medo

O medo é uma das características mais freqüentes e difíceis de ser combatidas. Não tenho duvida que diagnosticada esta causa seja necessário ajuda externa, seja de um psicólogo ou analista, que possa auxiliar este profissional a solucionar internamente a causa para que se possam alcançar resultados positivos.
O medo e a insegurança podem originar-se em experiências anteriores frustrantes, que tenham criado um bloqueio interior que não permite aquele profissional pensar em sua carreira e sim e tão somente em manter o seu emprego, sua forma de subsistir neste mundo competitivo e cruel.
Pode se notar que em todas as características anteriores existia um traço dele influindo e decidindo contra a carreira.
Geralmente você encontra profissionais brilhantes que procuram descobrir formas e maneiras de fazer com que seus chefes pensem que as boas idéias saíram de suas cabeças (dos chefes), com medo de que eles (os chefes) concluam que aqueles profissionais sabem e são mais bem preparados do que eles! Porque seu emprego estaria em risco. Você conseguiu entender? É difícil mesmo, pois o pensamento influenciado pelo medo é sempre confuso e apavorante.

Alguns fatores são mais repetitivos quando analisamos o medo, podendo se destacar os seguintes:

* Desequilíbrio financeiro.
* Fraca formação profissional.
* Baixa motivação.
* Excesso de cobrança familiar.

Levando a carreira a sério

Existe uma realidade que é inegável e inquestionável. É que no Novo Mundo que estamos iniciando, mais do que nunca é importante e fundamental preservar seus espaços e consolidar sua carreira.
Não existe duvida que você vai ter que dirigir sua vida profissional tal e qual dirigiria uma empresa, caso estivesse no comando de uma, sob pena de, não atuando de forma eficiente e eficaz, alcançar a falência.
Não podemos discordar de que para se ter e manter o sucesso é necessário estar atento aos acontecimentos e atentos contra as ameaças que poderão afetar negativamente a carreira.
Levar a sério a própria carreira é uma recomendação fundamental. Quer dizer combater a distração, o deixar para amanhã, a inconseqüência e o medo, investindo tempo, energia e se for o caso dinheiro, para extrair da própria carreira tudo o que ela puder dar de gratificação e retomo.
Para que você possa começar a pensar em administrar melhor a sua carreira, existem alguns requisitos básicos a serem observados e que você poderá observar melhor no modelo de plano de carreira que irei apresentar no anexo deste livro.

Requisitos básicos

* Transforme seus sonhos em projetos, colocando datas e objetivos a serem alcançados.
* Defina datas de avaliações periódicas a serem feitas na sua carreira.
* Faça avaliações periódicas, em datas pré estabelecidas, comparando a evolução de seus projetos e de sua carreira.
* Analise ciclicamente a cada período pré determinado se sua carreira está sendo influenciada pelos riscos da distração, do deixar para amanhã, da inconseqüência.
* Faça uma auto-analise periódica de sua vida e verifique se estão existindo premissas que podem levar ao medo e se ele estaria influenciando sua vida profissional.
* Avalie periodicamente se você está investindo o necessário de tempo, esforços e dinheiro para obter o máximo de sua carreira.
* Avalie o mercado, as condições de empregabilidade e as opções de futuro.
* Avalie se a sua atual empresa encontra-se apta e pronta para ser o caminho que você precisa para desenvolver sua carreira.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Coluna do Léo



A Nova Empregabilidade
(O que a Nova Empresa espera de você - Parte 4)

Léo Salgado

Agora você já conheceu um pouco mais deste Novo Mundo que estamos começando a viver, da Nova Empresa que está se adaptando constantemente nesta nova realidade (ou seriam nestas novas e mutáveis realidades?) e começou a conhecer um pouco daquilo que as empresas esperam de seus profissionais, você já se acha pronto para encarar o desafio e procurar uma forma de achar, manter ou garantir sua empregabilidade neste futuro imediato?
Se sua resposta foi positiva, ledo engano, pois ainda tem muito mais coisas para entender, habilidades a desenvolver e características a serem absorvidas por você.
Na verdade, as empresas sabem exatamente o perfil de quem estão procurando. Resta a você procurar aproximar o seu perfil ao máximo desta nova receita e valorizar o seu passe mantendo o foco no negócio e ampliando seu portfólio de competências
Com certeza, sem temer me tornar repetitivo, é importante saber e mais do que isso, acreditar que o que vai determinar seu crescimento profissional de agora em diante é o conjunto de seu desempenho, suas atitudes, seu jeito de se relacionar com os outros, seu comportamento geral.
Abandone de vez a idéia de que o conhecimento técnico específico é o bastante para atingir o sucesso, ou simplesmente para manter o que chamo de Nova Empregabilidade. Conhecer bem sua área é uma necessidade básica de qualquer um profissional, seja de que nível for, neste momento de guerra de talentos e de instabilidade em que se vive, o importante agora é ser altamente competente e multifuncional.
Para a Nova Empresa tudo se inicia a partir da competência, uma vez que ela é, e cada vez mais será, o diferencial entre as empresas. As mais competentes sempre serão as mais competitivas, disto ninguém tem duvidas.
Para a Nova Empresa, competência é o resultado da soma de conhecimentos, habilidades e comportamentos. Este modelo começou a ser difundido nos USA na década de 1990 e podemos destacar dentre seus maiores defensores Hammel e Prahalad.
Descobrir tudo o que você sabe fazer bem e como isso pode interessar ao mercado é uma questão de sobrevivência profissional.
Qual seria então um perfil básico deste Novo Profissional?
Acredito que o profissional tem que ser um excelente realizador, ter comprometimento com suas funções, energia e persistência para encarar todos os desafios que se apresentam em seu dia a dia, atuar com autonomia em relação ao seu superior, ser equilibrado emocionalmente, estabelecer relações sociais amplas, ter capacidade de trabalhar em equipe e ser um cidadão comprometido com o social.
Este seria um perfil dos mais promissores e atende em grande parte às expectativas das empresas porque se destaca nas habilidades interpessoais. A Nova Empresa entende que é fundamental contratar profissionais que tenham valores compatíveis com os do negócio, do que recrutar o especialista mais brilhante do mercado com problemas de relacionamento.
No Novo Mundo onde a competitividade será muito mais sofisticada, em que as oportunidades de negócios proliferam, os recursos humanos valem ouro. Isso porque é deles que nasce a adaptabilidade, a conectividade, a virtualidade, a criatividade, a inovação, o dinamismo e a ambição.
O modelo de competências potencializa suas experiências pessoais e profissionais e te obriga a encarar e reconhecer seus pontos fracos.
O modelo das competências traz para as empresas um novo caminho de desenvolvimento profissional que amplia de forma significante o horizonte profissional de todos, este caminho chama-se “carreira horizontal”, na qual, para uma mesma função, criam-se níveis diferenciados de atuação e de remuneração, cada qual estruturado num determinado conjunto de competências, isso permite a formação de times fortes e unidos, ao mesmo tempo que valoriza as contribuições individuais, pois pode premiar quem apresenta melhor desempenho.
Pelo que você viu até agora a Nova Empresa vai exigir de seus Recursos Humanos cada vez mais, assim é importante que você faça a sua parte, caso seja necessário retorne aos bancos escolares, leia cada vez mais e mais, troque idéias com os colegas, cobre avaliações dos chefes, ouse fazer diferente.
Passe a cultivar e exibir no seu Curriculum Vitae competências duráveis, como adaptabilidade, intuição, confiança, criatividade e determinação, características que sempre encontrarão espaço num mundo em que a competição caminha de mãos dadas com a cidadania.
E aí surge uma outra característica que nunca foi valorizada e cultuada pelas empresas como pela Nova Empresa deste Novo Mundo. Cidadania. Mas, afinal, o que é necessário para ter o que as empresas chama de cidadania ? O que as empresas esperam quando definem querer um profissional cidadão?
Na verdade durante toda a sua vida profissional você foi treinado, adestrado e crivado de mensagens que davam ênfase a necessidade de trabalhar o seu crescimento individual. Com certeza lhe disseram inúmeras vezes que você tinha que se manter sempre atualizado, comandar a sua carreira, de­monstrar cada vez mais iniciativa pessoal. Pelo que você pode ver o foco sempre foi o individual, apenas o lado individual. Só que sempre se falou no individual e nunca no coletivo. É claro que estes conceitos são importantes, mas não podem ser vistos como os únicos, e o mercado começa a valorizar também a sua capacidade de se envolver com o coletivo, de com­partilhar tempo, dinheiro e conhecimento com quem está à sua volta, equilibrando o dar e receber.
Acreditar que o significado da vida, dos indivíduos e das empresas, está nos outros, é a mudança de foco que está sendo exigida pela Nova Empresa, uma vez que ela esta se dando conta de que su­cesso e dinheiro proporciona satisfação temporária, que bônus, participação nos lucros e benefícios são impor­tantes para manter os funcionários comprometidos. Mas, na verdade, a verdadeira motivação está na realização de suas necessidade emotivas e afetivas, e isso se consegue com o exercício efetivo da cidadania, de contribuir para alguma coisa muito mais importante e do que o salário que recebe ao final de cada mês.
As pressões de um mundo cada vez mais globalizado, levam as empresas a procurar reestruturar-se em busca da organização altamente produtiva. Ora, uma organização altamente produtiva necessita de funcionários muito qualificados, comprometidos com a organização, criativos em suas funções, ansiosos por assumir responsabilidades, efetivos no trabalho em grupo e saudáveis de corpo, mente e espírito.
É aí que entra a necessidade de exercer plenamente a cidadania, pois está provado que os que programas de voluntariado, são ótimos para desenvolver esses Recursos Humanos cheios de habilidades. Isso porque os traços de funcionários produtivos coin­cidem com as características bási­cas da atividade voluntária.
Não há mais duvida que fazer o bem aju­da a aumentar o moral e a cons­truir habilidades para o trabalho em equipe, da mesma forma que se dar ao próximo é uma exce­lente oportunidade de treina­mento, tendo em vista que quando as pessoas participam de uma boa causa, tem a chance de exercitar o senso de liderança e de responsabilidade. Da mesma forma que ao expandir as suas perspectivas de vida, consegue enten­der muito melhor os conceitos de missão, visão e valo­res (o tão propagado MVV), sem contar que é mais uma excelente oportunidade de aumentar sua rede de relacionamentos, de aguçar a criatividade e a iniciativa pessoal.
Agora, você precisa realmente valorizar o próximo, não adianta ser um cidadão de fachada, que poderá tornar-se um sério problema para você no futuro, tão logo a sua empresa perceba seu “falso engajamento”.
Não importa para as empresas como você vai fazer a sua parte, seja contando histó­rias para crianças em orfanatos, ajudando ONG´s ou simplesmente ouvir o seu colega de trabalho, sempre vai existir dentro de você uma fantástica sensação de felicidade, de missão cumprida, que vai se refletir no seu trabalho, na sua condição de Ser Humano.
Não existe a menor duvida de que sempre que você se entrega em uma atividade filantrópica, ganha alegria, realização, crescimento pessoal, respeito, credibilidade e vida.
É aquela história antiga que nos ensinou que colhemos aquilo que semeamos!
Agir nesta área não depende de nenhuma graduação, pós ou mestrado, uma vez que qualquer profissional possui um patrimônio de conhecimentos, e cada vez que ele doar-se, irá crescer mais um pouco e adquirir mais conhecimentos e assim sucessivamente.
Apesar de todos entenderem que dividir o banco pessoal de experiências e habilidades é um caminho para buscar o equilíbrio entre o que se recebe e o que se dá, por que você ainda reluta em ser generoso?
Acredito que a resposta está onde hoje se encontra a solução, nas empresas, no mundo das empresas que nos ensinaram a jogar, no mundo competitivo que só premiava a individualidade, as relações chefes e subordinados, dominadas pelo medo, pelo sistema ganhar/perder que era regra empresarial (para alguém ganhar outro tem que perder). A Nova Empresa ao exaltar a necessidade do trabalho de equipes, valorizando o coletivo, reduzindo a importância dos chefes com as carreiras horizontais, e com o entendimento de que a relação tem que ser ganhar/ganhar, começa a mudar a história.
Nesta nova relação ganha quem recebeu ajuda e descobriu experiên­cias diferentes, ganha em igual proporção, quem dividiu os conhecimentos acumulados ao longo da carreira.

A grande vitória está na realização pessoal, este ganho não
pode ser medido pois ele vai influir em todo o seu ser, no seu intimo e no
resultado final do seu trabalho.

Se você quer começar a exercitar esta parcela cidadã do seu ser, deve começar em sua própria casa, pois uma das áreas mais afetadas pelo desequilíbrio en­tre receber e dar, é a família. Muitos profissionais pas­sam anos seguidos, às vezes a vida toda, dando o míni­mo — em termos de tempo, de atenção verdadeira, de dedicação, de solidariedade para sua própria família.
Não se trata de discutir se proporciona uma vida equilibrada, estável financeiramente, socialmente correta, participando de aniversários, festas de fim de ano, etc., significa estar disponível para os seus, pronto para ouvi-los, pensar junto, consolar, partilhar preo­cupações, se entusiasmar, se interessar.
Suplantado o primeiro desafio, procure fazer o que chamo de balanço social, ou seja liste o que você já doou de si para os outros em toda a sua vida. Não vale contabilizar as doações que você fez pensando na redução do Imposto de Renda, nem o trocado do sinal, a bala comprada para ajudar a criança ou o ceguinho da esquina. Não, o que você doou que fazia parte do seu banco de conhecimentos e experiências, o trabalho voluntário que não lhe rendeu descontos de impostos nem diplomas de Honra ao Mérito. E sim o que realmente lhe fez sentir mais vivo, participante, Ser Humano!
Alguns estudos realizados nos USA nos dão noticia de que o exercício da doação de si mesmo pode ajudar a adicionar ao seu patrimônio pessoal uma série de habilidades e a levar a uma gama de mudanças de atitudes.
Quanto as habilidades mais importantes poderíamos citar as de: comunicação; administração do tempo e das pessoas; negociação; planejamento de objetivos em curto e longo prazo; definição de orçamentos e alocação de recursos; e, gerencíamento do estresse
No que se refere a mudanças de atitudes temos o aumento da compreensão e respeito pela diversidade; de responder a dificuldades; na capacidade de assumir riscos calculados; do senso de comunidade e de obrigação social; e, resistência positiva a sentimentos como alienação e isolamento.