quarta-feira, 22 de abril de 2015

Coluna do Léo

Gestão de pessoas em épocas de crise? 
Qual a novidade?

Léo Salgado

Muito se tem falado e escrito nos últimos três meses sobre a época de crise econômica financeira que se abateu sobre o Brasil e principalmente no Rio de Janeiro.
Fatores dos mais diversos, como o escândalo da Petrobras, a quebra de caixa oriunda de campanhas eleitorais cada dia mais caras, a guerra entre americanos e árabes que causou o despencar do custo do petróleo no mundo, a disparada do dólar frente a inúmeras outras moedas, inclusive o euro, tudo isso junto e misturado são as causas desta enorme crise que resolveu se abater sobre nós neste ano de 2015.
A crise tem reflexos imediatos nas folhas de pagamento, centro de grande parte dos custos (custos?) de uma empresa.
O que parece ser uma grande novidade catastrófica para grande parte dos gestores de pessoas de hoje em dia, são na verdade reciclagens de velhos problemas, que aqueles com um pouco mais de experiência no ramo, já passaram e voltarão a passar no futuro.
Sempre, desde a construção das pirâmides do Egito, ou da fabricação da arca de Noé, que a primeira solução em uma crise que afeta o faturamento é reduzir o custo da folha de pagamentos, diminuir os benefícios, dar férias coletivas... ou seja, a solução é reduzir a produção, diminuir a produtividade e não incrementar as vendas, aumentar a produção e criar formas de reduzir seus preços, nem que para isso se reduza a margem de lucro!
Hoje, vivemos o mesmo momento, mas a grande novidade agora é que em razão dele está se estudando e debatendo de forma efetiva a regulamentação, um pouco mais contemporânea, do mercado de terceirização, quem sabe agora conseguimos ficar um pouco mais perto do que já praticam há anos inúmeros outros países desenvolvidos...
Mas, as mazelas das demissões continuam a nos atormentar e afligir, mas esperamos ver chegar o dia que este remédio seja visto, enfim, como o veneno que é como já falamos anteriormente.
Pode ser que esta crise também mostre aos nossos empresários que descartar o “velho” pode ter um grande custo, uma vez que nada melhor nestes momentos do que ter pessoas experientes, centradas e preparadas para assessorar os dirigentes na tomada de decisão sobre pessoal, que mostre a eles que não representam um custo e sim um dos mais importantes investimentos de uma organização.
Existem experiências que não tem preço! Quanto custa aprender a gerir pessoas sem a existência do V.T., do Vale Refeição, do Plano de Saúde, com inflação de mais de 50% ao mês, com o Pais em recessão econômica e pacotes milagrosos quase que semanais.
Quanto custa aprender que as pessoas são o capital humano de uma empresa e não insumos que batem o cartão e trabalham fazendo aquilo que são mandados fazer, que não necessitam de lazer, de cultura ou de um mínimo de respeito.
Mas nada é igual ao que era antes, até porque os tempos são outros, apesar dos mesmos remédios do passado aplicados pelos novos gestores que conseguem fazer um MBA ao mesmo tempo de sua graduação, que se tornam mestres acadêmicos, cheios de pós-graduações plastificadas, mas que nunca vivenciaram gestão na pratica, são tempos de modernidades e soluções acadêmicas.

Os experientes, conhecedores do que foi e como ao fim se resolveram certas situações, não são esquecidos não, são peças fundamentais, empacotando compras em supermercado ou pagando as contas de uma empresa sem precisar usar a fila normal, afinal já podem usar seu direito a prioridade.