segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os novos caminhos e descaminhos da gestão de Recursos Humanos


Coluna do Léo
Léo Salgado

Depois de aproximadamente três décadas de atuação gerencial em Recursos Humanos, confesso não me impressionar com mais nada que surge como grande novidade ou simplesmente como nova visão da gestão.

Já passei por tantas novidades e inovações, tais como teoria y, teoria z, reengenharia, gestão do capital humano, inteligência emocional e espiritual, BSG, meritocracia e outros bonitos apelidos, que ao conhecer um novo caminho, procuro antes de tudo, desconstrui-lo para poder entender a essência por traz daquela nova teoria ou idéia.
Em 2009 ao iniciar uma nova fase de minha carreira, direcionando uma atuação em um órgão governamental (área em que nunca havia atuado), comecei a compreender ainda mais, como todos estes caminhos e até descaminhos que surgiram ao longo do tempo, se resumem em poucas e simples necessidades.
O Serviço público ainda engatinha em adotar o que chamamos de “melhores praticas” e sistemas sofisticados de gestão de pessoas, limitando o fator remuneração a Leis e Leis Complementares, vedando vantagens pessoais, benefícios e sistemas indiretos de remuneração.
A remuneração de uma carreira é uma só, as promoções seguem critérios rígidos, geralmente ligados à antiguidade (tempo de cargo e de serviço publico), e o pagamento de qualquer tipo de meritocracia depende de Regulamentações legais, que geralmente passam por iniciativa do poder Executivo e aprovação do Legislativo.
Assim, venho desenvolvendo algumas ações e praticas de gestão, que considero ainda bastante tímidas, mas que de alguma forma vem contribuindo para uma melhora de performance e produtividade.
A primeira delas e nunca deixar de reconhecer um bom trabalho, de incentivar uma atitude proativa e manter sempre uma politica de estar sempre pronto a ouvir atentamente e buscar soluções para as demandas que chegam até Recursos Humanos.
A segunda e não menos importante é o de sempre procurar, de alguma maneira, recompensar um trabalho bem executado, nem que seja por um e-mail, um telefonema ou um aperto de mão. Claro que este reconhecimento deve ser sempre o mais publico que for possível.
No setor publico existem varias maneiras de fazer um reconhecimento publico, inclusive com a aprovação de cursos, treinamentos e participações em seminários e congressos.
Importante ainda salientar que programas de reconhecimento e recompensa como, por exemplo, o “funcionário do mês” e o “café com o Presidente”, são instrumentos de grande utilidade e que funcionam.
Outro fator importante é trabalhar a capacitação e o treinamento.
Regulamentar a capacitação foi o primeiro passo, implantar efetivamente um trabalho de Levantamento de Necessidades e aprovar e publicar anualmente o Plano Anual de Capacitação e Treinamento foi outra ação que rendeu e rende frutos excepcionais e tornou a capacitação direito de todos e não apenas da mesma minoria que geralmente consegue as indicações das chefias.
Trabalhar o relacionamento interno, criando, desenvolvendo e incentivando ações de socialização como “aniversariante do mês”, palestras sobre os mais diversos assuntos, comemorações de Pascoa, dia das Mães, dia da Mulher, dia dos Pais e Natal, são exemplos que fazem os grupos que trabalham em uma mesma área virarem equipes.
Valorizar o serviço publico, seja com eventos ou palestras especiais, buscando resgatar o orgulho das categorias, muitas vezes vista com poucas cores pela população como um todo, também é fundamental.
Ao chegar perto do fim deste artigo, acredito que em resumo, não importam os caminhos e descaminhos da Gestão de Recursos Humanos, mas sim entender que quando falamos Recursos Humanos estamos falando de pessoas. Gerenciar e cuidar de pessoas no fim é trabalhar com as pessoas e acender nelas a luzinha que a faz brilhar (como me ensinou um dia o mestre Edson Bueno, Presidente da Amil).

Ter uma boa gestão de pessoas é valoriza-las, prepara-las, capacita-las, dar a elas a excitação de fazer diferente e mais, é fazer com que trabalhem felizes e satisfeitas com aquilo que fazem, simplesmente dar a elas o sentimento da felicidade.