sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Coluna do Léo

Nos momentos de crise surgem as melhores oportunidades!

Léo Salgado


Não é de hoje que a afirmação título do presente artigo é dita e repetida inúmeras vezes, apesar de que, na grande maioria delas é apenas dita e escrita, mas não é processada e vivida por todos nós.
Um exemplo claro disso é que, as maiores invenções e o desenvolvimento de novas tecnologias ocorrem em épocas de conturbação social ou de guerras e conflitos, sejam eles localizados ou até globais.
Guerras sempre causam sofrimento. Além das mortes em campos de batalha, esses eventos costumam causar misérias e fazer muitas vítimas indiretas. Mas, apesar disso, as guerras também fomentam a indústria tecnológica, criando máquinas e serviços que acabam sendo incorporados pela população civil, anos ou décadas mais tarde.
Exemplos claros disso são: O GPS, o forno de micro-ondas, as câmeras digitais, o controle de trafego aéreo, os computadores e a internet.
Da mesma forma, nos momentos de crise, sejam elas econômico financeira, social ou ambiental, surgem ideias e soluções até então impensadas ou desprezadas.
Da descoberta de combustíveis alternativos que surgiram com o inicio da crise do petróleo e influíram enormemente na tecnologia dos veículos, das novas formas de captação de energia (eólica, marés, etc.), a opção pelos home-office, pelo trabalho compartilhado (coworking), pelo wiki cujo exemplo mais conhecido é a enciclopédia Wikipédia, pelo crowdfunding, pelo e-commerce e os sites de troca e escambo, o sistema Uber de transporte e tantos outros avanços de nossa sociedade, surgem efetivamente para driblar crises e dificuldades.
No campo social, as diversas ONGs que apareceram por não haver mais tempo de esperar que o poder publique pudesse se estruturar e combater sozinho as grandes mazelas da humanidade, nos exemplificam com os Médicos sem Fronteira, a ActionAid e tantos outros.
A “crise” de um modo geral sempre assusta os empresários e quase sempre o primeiro pensamento é cortar gastos. Claro que essa decisão não está errada, mas na verdade ela é apenas uma parte da solução, até porque ela deve ser um mantra empresarial. Eu trabalhei com um americano, presidente de uma empresa que repetia sempre: “Devemos pensar em reduzir custos todos os dias, uma vez que eles são como unhas, crescem incessantemente”...
O corte de gastos pode e deve existir, sim, mas em áreas que não comprometam o resultado da empresa ou diminuam ainda mais o volume de vendas.
Como exemplo é importante entender que em momentos de crise é necessário aperfeiçoar os investimentos, cada Real investido deve trazer retorno, pois será necessário recuperar o cliente que se perdeu em meio à desconfiança existente em períodos de instabilidade financeira.
Nos momentos de crise, em que as estruturas da sociedade estão abaladas, é a hora encontrar soluções criativas.
No comércio, por exemplo, é preciso dizer ao cliente que você quer vê-lo novamente em sua loja, dando-lhe motivos para que ele queira voltar.
Aumentar o relacionamento com o cliente é uma boa saída. Você deve conhecer o seu cliente, saber seus gostos e comportamentos e atuar com estratégias consistentes em mídias sociais, que tem um custo razoável e cumprem esse papel.
Trabalhar com campanhas de e-mail marketing, investindo em listas de e-mails segmentadas, criando ofertas para grupos específicos de clientes.
Apesar de o cenário econômico atual o comércio varejista online é um exemplo, crescendo inúmeras vezes mais do que as vendas no varejo tradicional.
Vocês já pararam para pensar um pouco nisso? Qual o diferencial que seu negócio oferece ao publico consumidor? Quais são os atrativos que sua empresa oferece para recrutar e manter os melhores profissionais? Quais as diferenças que te tornam especial para ganhar aquela vaga de emprego tão sonhada? Qual o diferencial que sua consultoria tem para ganhar aquele contrato? Como dar publicidade de suas qualidades e diferenças que fazem com que você, pessoa física ou jurídica, seja a melhor opção.

Pense nisso tudo e procure descobrir... mas, um ultimo conselho, peça ajuda a um especialista... afinal na maioria das vezes, o barato sai “muito caro”!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Novos Tempos, velhas praticas !

Coluna do Léo

Léo Salgado


Hoje ao me deparar com a crise que se abate sobre grande parte dos países e mais especificamente sobre o Brasil, fica difícil não lembrar de um passado, nem tão distante, mas que a maior parte esqueceu , ou melhor, não quer lembrar.
Não faz muito tempo, tínhamos que incrementar aumentos salariais de até 80% ao mês nas folhas salariais, aumentos estes mentirosos, uma vez que quando os trabalhadores recebiam seu salario ele não representava nem setenta por cento do valor real.
A mega inflação que corroía nossa economia era perversa e resistente aos mais sofisticados dos planos econômicos, bolados pelos nossos mais brilhantes economistas.
Vivíamos assombrados pelo fantasma maligno do famigerado e odiado FMI, que tinha como principal objetivo acabar com o Brasil.
O desemprego era impressionante e a cada soluço negativo, mais demissões em massa (os chamados navios invadiam as empresas), mais estagnação na economia e mais pessimismo da mídia e, por conseguinte, da população.
As pessoas chegavam a comemorar ter lucro no over night, sem querer entender que ele ajudava, muito pouco, a diminuir nosso prejuízo.
Ao entrar em um supermercado nossa luta era pegar os produtos antes da maquininha de etiquetar chegar e aumentar os preços.
Passamos por tudo isso, viramos fiscais do Sarney, rezamos a cada novo pacote econômico anunciado, a cada nova moeda, a cada nova sigla inventada e sobrevivemos.
Os tempos atuais já começam a querer fazer voltar os fantasmas que exorcizamos e espantamos faz tempo, o nível de emprego caiu, os preços estão aumentando, os políticos brigam por espaço e notoriedade (custe o que custar), tentam transformar o povo em massa de manobra, as empresas pararam de contratar e ameaçam com demissões, a mídia nos apresenta um quadro tenebroso e ameaçador.
Afinal chegou a hora!
Chegou a hora de mais uma vez, como nos ensina Mauricio Werner, “vender lenços!”.
Cabe a nós, profissionais de Recursos Humanos, apaziguar as nossas empresas, mostrar como reduzir custos sem demissões em massa, apresentar soluções para os problemas pontuais, aconselhar nossos executivos a tomar decisões que não venham a piorar ainda mais a situação econômica, afinal, quanto maior o índice de desemprego menos consumidores para manter a indústria e o comercio ativos, menos compradores e consequentemente menos lucro para os empresários.
Importante salientar que as maiores invenções surgiram quanto maiores às dificuldades do mundo, assim também são as idéias, elas surgem quando nosso grau de dificuldade ou desconforto com algo aumenta.
Vamos botar nosso cérebro para funcionar e ajudar o nosso País a suplantar esta crise.

AFINAL


“ENQUANTO UNS CHORAM,OUTROS VENDEM LENÇOS!”

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Coluna do Léo

Gestão de pessoas em épocas de crise? 
Qual a novidade?

Léo Salgado

Muito se tem falado e escrito nos últimos três meses sobre a época de crise econômica financeira que se abateu sobre o Brasil e principalmente no Rio de Janeiro.
Fatores dos mais diversos, como o escândalo da Petrobras, a quebra de caixa oriunda de campanhas eleitorais cada dia mais caras, a guerra entre americanos e árabes que causou o despencar do custo do petróleo no mundo, a disparada do dólar frente a inúmeras outras moedas, inclusive o euro, tudo isso junto e misturado são as causas desta enorme crise que resolveu se abater sobre nós neste ano de 2015.
A crise tem reflexos imediatos nas folhas de pagamento, centro de grande parte dos custos (custos?) de uma empresa.
O que parece ser uma grande novidade catastrófica para grande parte dos gestores de pessoas de hoje em dia, são na verdade reciclagens de velhos problemas, que aqueles com um pouco mais de experiência no ramo, já passaram e voltarão a passar no futuro.
Sempre, desde a construção das pirâmides do Egito, ou da fabricação da arca de Noé, que a primeira solução em uma crise que afeta o faturamento é reduzir o custo da folha de pagamentos, diminuir os benefícios, dar férias coletivas... ou seja, a solução é reduzir a produção, diminuir a produtividade e não incrementar as vendas, aumentar a produção e criar formas de reduzir seus preços, nem que para isso se reduza a margem de lucro!
Hoje, vivemos o mesmo momento, mas a grande novidade agora é que em razão dele está se estudando e debatendo de forma efetiva a regulamentação, um pouco mais contemporânea, do mercado de terceirização, quem sabe agora conseguimos ficar um pouco mais perto do que já praticam há anos inúmeros outros países desenvolvidos...
Mas, as mazelas das demissões continuam a nos atormentar e afligir, mas esperamos ver chegar o dia que este remédio seja visto, enfim, como o veneno que é como já falamos anteriormente.
Pode ser que esta crise também mostre aos nossos empresários que descartar o “velho” pode ter um grande custo, uma vez que nada melhor nestes momentos do que ter pessoas experientes, centradas e preparadas para assessorar os dirigentes na tomada de decisão sobre pessoal, que mostre a eles que não representam um custo e sim um dos mais importantes investimentos de uma organização.
Existem experiências que não tem preço! Quanto custa aprender a gerir pessoas sem a existência do V.T., do Vale Refeição, do Plano de Saúde, com inflação de mais de 50% ao mês, com o Pais em recessão econômica e pacotes milagrosos quase que semanais.
Quanto custa aprender que as pessoas são o capital humano de uma empresa e não insumos que batem o cartão e trabalham fazendo aquilo que são mandados fazer, que não necessitam de lazer, de cultura ou de um mínimo de respeito.
Mas nada é igual ao que era antes, até porque os tempos são outros, apesar dos mesmos remédios do passado aplicados pelos novos gestores que conseguem fazer um MBA ao mesmo tempo de sua graduação, que se tornam mestres acadêmicos, cheios de pós-graduações plastificadas, mas que nunca vivenciaram gestão na pratica, são tempos de modernidades e soluções acadêmicas.

Os experientes, conhecedores do que foi e como ao fim se resolveram certas situações, não são esquecidos não, são peças fundamentais, empacotando compras em supermercado ou pagando as contas de uma empresa sem precisar usar a fila normal, afinal já podem usar seu direito a prioridade.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Coluna do Léo

Os navios invadem as empresas!

Léo Salgado

Em 1985 escrevi um artigo que foi publicado na coluna da ABRH do O Globo com este título, comentado os cortes de pessoal que grande parte das empresas estravam promovendo em seus quadros, em razão da crise financeira existente no Brasil.
Passados 30 anos, mais uma vez voltamos a conviver com demissões em massa como a única alternativa que o empresariado brasileiro encontra para enfrentar dificuldades econômico-financeiras, acreditando ser este o melhor caminho de “cortar custos” e "reduzir despesas".
Mais uma vez não é levado em consideração o custo da demissão, a perda de horas de treinamento e principalmente do incentivo ao êxodo dos melhores talentos.
Ora, é obvio que em um ambiente de incertezas e dificuldades, após um corte em massa, que geralmente atinge aos menos capacitados e os elos mais fracos na cadeia de pessoal, a procura por outras colocações em outras empresas, provoca a perda daqueles mais qualificados, com melhores predicados e mais talento que geralmente passam a reforçar os quadros dos concorrentes.
Certa vez, o principal executivo de uma empresa americana onde trabalhei me ensinou que “custos são como unhas, temos que cortar todos os dias, pois enquanto dormimos eles continuam a crescer”.
Cortar custos e reduzir lucros nunca é tratado com o empenho que se exige do corte de pessoal.
Trabalhar a eficiência, melhorar a produtividade, aumentar as vendas através de campanhas de endomarketing de incentivo e de recompensas, envolver e comprometer os colaboradores na busca de medidas que ajudem a superar as crises e muitas outras ações proativas também ficam a reboque das ações midiáticas de corte de pessoal e demissões em massa.

Este artigo não tem o objetivo de ensinar nenhum caminho novo e mágico para as empresas e sim, novamente, dar um alerta e mostrar que as soluções utilizadas por décadas continuam a ser, apenas para demonstrar a opinião publica o tamanho da crise e para forçar os governos a reduzir cargas tributárias e beneficiar estes empresários com dadivas outras, na falsa ideia da preservação dos empregos.