Coluna do Léo
Léo
Salgado
Acredito que possa
parecer um pouco (ou melhor, muito pretencioso) iniciar este artigo com o
título que instiga que chegou a hora de “rasgar os manuais”...
Na verdade, para uma
pessoa que em sua primeira aventura literária sobre RH escreveu o “Manual da
Empregabilidade”, que em brilhante prefácio do nosso amigo saudoso Luiz Carlos
Santos ficou apelidado como o “Manual do Léo” e que faz parte da coleção da
ABRH Nacional, é no mínimo surreal.
Mas, esta primeira
impressão deve ser descarta, até porque alguns dos conceitos que norteiam o
presente fazem parte dos “conselhos” do Manual da Empregabilidade, ou melhor,
do manual do Léo.
O que desejo mostrar
e discutir com todos é que a cada dia que passa nos deparamos com muitas e
muitas receitas de bolo, formulas infalíveis, sistemas perfeitos, testes e
conceitos revolucionários, ou seja, com um grande numero de novidades e
parafernálias que seriam fundamentais para uma excelente gestão de recursos
humanos (pessoas, talentos, gente ou qualquer outro apelido que se use nas
empresas).
Nestes meus mais de
30 anos de atividade gerencial e diretiva, posso dizer que já vi e vivi de
tudo, seja em Recrutamento e Seleção, Administração de Salários e Remunerações
e em Gestão (estratégica ou não).
Estudei, conheci e
trabalhei com a teoria Z, carreira em Y, reengenharia humana e de processos,
remuneração variável, remuneração estratégica, reconhecimento e recompensa,
remuneração e gestão por competências, gestão de talentos, trilhas de
conhecimento, coaching estratégico, mentoring e muitas outras novidades que
surgem do nada, vendem quilos de livros, rendem horas de palestras, workshops e
cursos e se desfazem com o surgimento de uma novidade mais fresca.
Os anos passam e
ficamos inventando e reinventando a gestão das pessoas dentro das organizações,
avaliando-as de cima para baixo, em cruz, por referencia cruzada ou 360
graus...
O que parece cada vez
mais difícil entender é que somos seres humanos, seres que tem o poder do
discernimento e de traçar seus próprios caminhos, que existem pessoas que
querem e as que não querem ser algo mais do que um ser que sobrevive neste
mundo de Deus.
O que é mais difícil
é entender que temos que fazer o simples, parar de inventar a roda e simplesmente
faze-la girar, levando adiante a empresa a quem decidimos nos dedicar, onde nos
sentimos felizes de pertencer e a quem devemos respeito e sinceridade em nossas
ações e atos do dia a dia.
- Temos que ser antes de tudo honestos e éticos se queremos trabalhar em um local digno, honesto e ético.
- Temos que ser comprometidos se desejamos que a empresa se comprometa com nossos sonhos.
- Temos que ser felizes e harmônicos onde desejamos viver em felicidade e harmonia.
- Temos que ser pessoas se queremos ter a cumplicidade das pessoas que trabalham conosco.
- Temos que respeitar a diversidade se queremos ser respeitados.
- Temos que dar amor se queremos receber amor.
- Temos que saber ouvir nossa razão e contrapô-la ao nosso coração para poder tomar as melhores decisões.
- Temos, antes de tudo, rasgar nossos manuais internos, romper com nossos pré-conceitos e estar prontos para levar adiante, com a alma lavada e enxaguada (como dizia Odorico Paraguaçu), nossa missão como gestores de pessoas.